Frente ao falso novo, o desejo pelo novo que leva o viajante só pode levar ao absolutamente desconhecido e, em última instância, à morte:

Le Voyage 7

Charles Baudelaire

[…]

VIII

Ô Mort, vieux capitaine, il est temps! levons l'ancre!
Ce pays nous ennuie, ô Mort! Appareillons!
Si le ciel et la mer sont noirs comme de l'encre,
Nos coeurs que tu connais sont remplis de rayons!

Verse-nous ton poison pour qu'il nous réconforte!
Nous voulons, tant ce feu nous brûle le cerveau,
Plonger au fond du gouffre, Enfer ou Ciel, qu'importe?
Au fond de l'Inconnu pour trouver du nouveau!

A Viagem 8

[…]

VIII

Ó morte, velha capitã, ela é o tempo! Levantar âncora
Esse país nos entedia, ó morte! Zarpar!
Se o céu e o mar são negros como tinta,
Nossos corações que você conhece são cheios de raios!

Derrama seu veneno para que nos reconforte!
Nós queremos, como fogo nos queime o cérebro,
Mergulhar no fundo do abismo, inferno ou céu, que importa?
Ao fundo desconhecido para encontrar o novo!

7 BAUDELAIRE, Charles. Les Fleurs du Mal et autres poèmes. Paris: Garnier Flamarion: 1964. p.155 - disponível em: fleursdumal.org.

8 Tradução da autora. Essa tradução não tem nenhuma pretenção à traduzir a poesia de Baudelaire, se não os significados das palavras para melhor possibilitar o entendimento.