NY

No coração dessa cidade ‘comercial’, no sul da Rua 59 na Ilha de Manhattan, os inspetores encontraram, em 1922, cerca de 420.000 operários. Tal situação insulta qualquer senso de ordem. Tudo parece fora de lugar. Ansiamos por rearranjar as coisas e colocá-las onde elas pertencem (FLITCH Apud. JAMESON, 1998: 168, tradução nossa).

Em analogia ao díptico Tiexi x Delta do Rio Pérola, miramos o comentário de Jameson sobre a desindustrialização de Nova York a partir dos anos 20. NY na vanguarda das cidades contemporâneas:

[Robert] Flitch concebe o “assassinato” de Nova York como o processo em que - deliberadamente - a produção foi excluída da cidade para dar espaço aos prédios de escritórios (financias, seguros, mercado imobiliário): a política supunha a revitalização e promovia um novo crescimento econômico, mas sua falência é documentada pela impressionante porcentagem de espaços vazios (os chamados see-trough buildings) (JAMESON, 1998: 167, grifo do autor, tradução nossa).

Finalmente na década de 1980 era possível dizer que o sucesso da cidade voltada às transições abstratas era real:

NY construiu 75 novas fábricas para abrigar a máquina de produção e distribuição de dívidas. Essas torres de granito e vidro brilham noite afora enquanto alguns dos mais talentosos profissionais desta geração inventam novos instrumentos de dívida que atendam qualquer necessidade imaginável…. (SCARDINO Apud. HARVEY, 2005: 299).