Kangbashi está repleta de monumentos desse gênero. Que gênero é esse? Para que servem os monumentos em Kangbashi?

Perguntas retóricas, todos sabemos a resposta: os monumentos nessa cidade aparecem como os adornos nos bancos de um shopping center, como as luzes de natal nas vias urbanas, ou a decoração gráfica no metrô. Visam à, de alguma forma, tornar tudo mais agradável. Sua suposta aleatoriedade tem mais relação com uma forma totalmente genérica (esse é seu gênero quase abstrato) do que com uma arbitrariedade insana, embora, é verdade, esses termos possam ser intercambiáveis se seguirmos nos aprofundando na reflexão.

O indivíduo deve utilizar o seu desgosto geral como impulso para abandonar-se ao poder coletivo do qual está cansado. As situações cronicamente desesperadas que afligem o espectador na vida cotidiana transformam-se na reprodução, não se sabe como, na garantia de que se pode continuar a viver. Basta dar-se conta da própria nulidade, subscrever a própria desconfiança, eis que já entramos no jogo. (ADORNO; HORKHEIMER, 1985: 143)