1. De cara para demonstrar “empiricamente” as vantagens de liberar, mediante ao ar condicionado, a energia não explorada do cliente, (Víctor) Gruen redige uma tabela que relaciona a distância e o tempo em que “o ser humano saudável médio sente desejos de caminhar, sob diversas condições ambientais”:

Em um ambiente muito atrativo, protegido das inclemências metereológicas e climatizado:
20 minutos  1.524 metros
Em um entorno muito atrativo, no qual as calçadas estão protegidas do sol e da chuva:
10 minutos  762 metros
Em um entorno atrativo, ainda que sem proteção nenhuma das inclemências metereológicas:
5 minutos  381 metros
Em um entorno nada atrativo (estacionamento, garagem, rua com tráfego congestionado):
2 minutos  185 metros

(Southdale Mall, Edina, Minnesota,1956. Apud. HPC, 2001: 134, tradução nossa)

2. “Até 1870, as carruagens dominavam a rua. Era demasiado apertado andar sobre as calçadas estreitas e por isso flanava-se sobretudo nas passagens, que ofereciam abrigo do mau tempo e do trânsito” [A 1a, 1](BENJAMIN, 2018: 102).

3. Les Passages et les Rues, vaudeville, peça em um ato, 1827: “Saibam que querem cobrir todas as ruas de Paris com vidros, o que vai resultar em belas estufas aquecidas; viveremos lá dentro como melões” [A 10, 3] (Ibidem: 128).

UTOPIA Falange

4. “As ruas-galerias são um método de comunicação interna que por si só bastam para fazer desdenhar os palácios e as belas cidades da civilização. […] A Falange não tem rua exterior ou via descoberta exposta às interpéries; todos os blocos do edifício central podem ser percorridos através de uma larga galeria situada no primeiro andar se estendendo por todos os blocos da construção; nas extremidades dessas vias estão corredores sobre colunas, ou subterrâneos ornamentados, levando a todas as partes e anexos do Palácio uma comunicação abrigada, elegante e aclimatada em todas as estações graças à lareiras ou ventiladores” [A, 5] (FOURRIER Apud. BENJAMIN, 2018: 115).

5. “Chamamos repetidamente a atenção”, diz o guia ilustrado de Paris do ano de 1852, um retrato completo da cidade às margens do Sena e de seus arredores, “às passagens que desenbocam nos boulevards internos. Estas passagens, uma recente invenção do luxo industrial, são galerias cobertas de vidro e com paredes revestidas de mármore, que atravessam quarteirões inteiros, cujos proprietários se uniram para esse tipo de especulação. Em ambos os lados dessas galerias, que recebem sua luz do alto alinham-se as lojas mais elegantes, de modo que uma tal passagem é uma cidade, um mundo em miniatura, onde o comprador encontrará tudo o que precisar. Num dia de chuva repentina, são elas o refúgio para todos que são pegos desprevinidos, garantindo-lhes um passeio seguro, porém restrito, do qual também os comerciantes tiram suas vantagens” [A1, 1] (BENJAMIN, 2018: 100).

6. “Onde tudo, mesmo o horror torna-se encantamento” [J 60, 1] (BENJAMIN, 2018: 559).

7. Gutzkow, 1842. “Comprei um mapa de Paris impresso em um lenço” [B 2a, 1] (BENJAMIN, 2018: 141).

8. “Pode-se dizer que permanece algo de sagrado, um resquício de nave de igreja, nesta fileira de mercadoriasque é a passagem” [F 4, 5] (BENJAMIN, 2018: 283).